Entrevista Saint John Mary

“You do it for the love. Love won’t put bread on the table, but you do it for the love.”

Publicado no dia 5 de Novembro de 2022

João Duarte, também conhecido por Saint John Mary é um multi-instrumentalista português que gosta de fazer música da alma, para a alma. Apesar de se encontrar rodeado de vários músicos muito talentosos desde muito cedo, foi apenas recentemente que o João Duarte decidiu pegar numa guitarra e aprender a tocar. Foi nesse momento que ele começou a sua incrível jornada. 

Hoje a Seeking Sound apresenta o João Duarte, natural de Oeiras, também conhecido por Saint John Mary. Apaixonado por skate, surf e música está a pavimentar o seu caminho através do lançamento de trabalhos cada vez mais elaborados e detalhados. A sua música pode ser considerada experimental, com um ambiente e uma aura misteriosa, o que contrasta com o sorriso aberto com que o Saint John Mary nos recebeu. No dia 19 de março, no parque das gerações, tivemos uma perspetiva mais intimista sobre a vida e aventuras deste promissor multi-instrumentalista e produtor português. 

Recomendamos que tenham o Spotify do Saint John Mary aberto ao vosso lado enquanto leem a entrevista, para que possam ouvir qualquer das músicas mencionadas, se o desejarem.

Estamos aqui hoje com Saint John Mary. Apresenta-te com duas ou três frases por favor. 

Olá, sou o Saint John Mary, João Duarte, para os amigos. Faço música e gosto muito de proporcionar experiências auditivas .

Que influência é que o skate teve na tua vida?

Eu comecei a andar de skate com 12 anos e foi assim que conheci algumas das pessoas mais importantes na minha vida.  Eu gosto do skate “do it yourself”, skate criativo, em que cada um tem o seu estilo e a sua maneira própria de andar . 

O que é que ouvias em casa quando eras miúdo? 

Quando tinha 13 anos ouvia Trance e Reggae. 
Os meus pais ouviam muito Pink Floyd, Rui Veloso e Os Beatles.  Eu quando era miúdo não dava muita atenção aos Pink Floyd. Foi mais tarde quando os comecei a ouvir que percebi o que é que era boa música.  

Estudaste no Saint Dominic’s. Como é que foi a experiência?

Foi interessante porque havia muitas pessoas de países diferentes a estudar lá. Desde asiáticos e mexicanos a sul-africanos. Acho que o currículo deles é orientado para alargar os horizontes dos alunos e tentar torná-los cidadãos do mundo. Por outro lado, sendo um ensino inglês e muito tradicional, eles por vezes podem ser demasiado rigorosos. 

O que é que se seguiu ao Saint Dominic’s?

Eu estudei Gestão de Marketing. Posteriormente estagiei numa multinacional chamada Havas Village, onde trabalhei como contabilista e estava encarregue de tarefas relacionadas com as contas e os emails. Rapidamente tiraram-me a pinta e colocaram-me com o diretor criativo a trabalhar numa área mais dinâmica.
No último ano do meu curso fiz Erasmus em Hannover, onde passei 6 meses. Quando o Erasmus estava quase a terminar, os Zanibar Aliens, que são uma banda composta por 4 amigos meus, estavam a começar a sua 1º tour europeia. Eu entreguei todos os trabalhos 15 dias mais cedo, para poder ir ter com os Zanibar a Berlim e acompanhá-los durante a parte final da tour. Empacotei caixotes com todos os meus bens e preparei as malas para enviar para Portugal por correio. Fiz uma mala para mim, peguei na minha guitarra acústica e segui para Jena no meio de Berlim.

Fizeste muita música em Hannover?

Sim. Na Alemanha encontrei e comprei uma guitarra de flamengo de 1980 que tem um som delicioso e com a qual compus o Traveldo (segundo EP do SJM, encontra-se no Soundcloud). 

Porque é começaste a fazer música?

Sempre houve uma curiosidade enorme da minha parte em explorar e comunicar com o mundo de outra forma que não a fala. Quando comecei a pegar na guitarra e a conseguir criar melodias abriu-se uma realidade infinita que eu até hoje pude explorar sem regras. 
Neste momento, eu quero ser independente de labels e majors. Quando começas a fazer música exclusivamente para vender estás a desvirtuar-te como artista e a perder a tua essência. Eu já dei por mim a pensar que tenho de cantar para que as pessoas ouçam mais a minha música. Errado, eu tenho é de fazer o que eu sinto e quero.  É beber um tinto sozinho e ver onde é que isso me leva. 

Atualmente estás a estudar na ETIC certo?

Sim. Produção e Criação Musical. Estudar pode não ser a minha cena, mas nunca fez mal a ninguém. E este curso é bastante prático o que se adequa bem a mim. 
Quando o Covid apareceu eu estava a poupar dinheiro para ir para a Austrália, o que acabou por não acontecer. Entretanto, o meu pai ofereceu-me este curso e eu não recusei.
O primeiro ano fez-se bem. Agora, no segundo ano já estou a sentir mais input da escola sobre o trabalho que tenho de desenvolver. Só o círculo de pessoas que tenho à volta para falar sobre estes temas é precioso. Não é com qualquer pessoa que falas sobre delays, compressão e equalização de guitarras. São conversas em que bebemos todos uns dos outros. 

Porque é que escolheste a Distro Kids para distribuir a tua música?

A Distro Kids é uma distribuidora digital que oferece vários pacotes dependendo da tua anualidade.  Estes pacotes vão de 0 promoção até alguma promoção em playlists do Spotify. Visto ainda ter muito a aprender, ser um micro artista e ainda ter de me estabelecer, vou lançar imensos projetos. Portanto, pago 20 dollars por ano, posso publicar toda a música que eu quiser e recebo 100% royalties

Mas não lanças tudo no Spotify. Tens cenas recentes no Soundcloud. Porquê?

O Soundcloud é para demos. É para o behind the scenes, unfinished e unmastered. O Spotify é para os projetos oficiais. Se bem que eu devia retirar o Alone with Blue do Spotify. Fui eu a fazer o mix e o master e podia estar mil vezes melhor. Mas não o vou retirar porque faz parte da minha vida e do meu percurso.

O Alone with Blue está relacionado com o medo que tinhas do mar?

Eu tive uns traumas quando era criança. Ia-me afogando duas vezes. Sempre me fez confusão viver em Portugal, adorar andar de skate e não fazer surf. Portanto comecei a desconstruir o meu medo, a observar o mar e as marés. Isto passou-se tudo durante o Covid quando as pessoas estavam a adaptar-se a novos ritmos de vida, sem saber muito bem o que fazer. Nessa altura eu dediquei-me ao surf. 
Atualmente adoro surfar. É uma experiência inacreditável estares numa onda em pé. Este desafio trouxe-me também uma forma de pensar diferente e mais ponderada e fez parte de um amadurecimento pessoal. Trouxe mais estabilidade à minha vida e acabou por ser mais uma prova da minha perseverança. 
O Alone with Blue nasce dessa necessidade de ultrapassar os meus medos. O EP gira à volta dessa sensação de estar a sós e completamente rodeado pelo mar. Neste EP, experimentei com sons novos como guitarra elétrica, baterias digitais e sintetizadores.

Também me disseste que tens uma paixão por sonoplastia e música sensorial para vídeos e cinema. 

Em 2020 trabalhei com o Miguel Blanco, que é um surfista profissional de ondas grandes. Trabalhámos numa curta para a qual eu compus a música “Deep Blue”. 
A curta acabou por ser passada no Surf at Lisbon Film Fest no cinema de São Jorge. Foi um dos auges da minha carreira. De repente, fui de artista do Soundcloud a ter a minha família toda a ser convidada para ir ao Cinema de São Jorge, para ver a curta-metragem para a qual compus a música.

Como é que é o teu processo de construção musical?

É uma condução auditiva. A estrutura da minha música não é refrão, verso, refrão, verso 2, bridge, refrão, refrão. Não é nada disso. Todas as partes da música são diferentes e o processo de construção é faseado. 
Por exemplo, eu comecei a fazer o EXPERIENCER! em setembro do ano passado. Partiu de uma necessidade relativa a um projeto da faculdade, na qual tinha de fazer uma música para um vídeo. Além disso, ia ter uma cadeira na qual ia aprender a criar sintetizadores, chamada Síntese Avançada. Comecei por brincar com os sintetizadores do Logic e comecei a contruir melodias. Isto resultou numa série de músicas que tinham uma componente melódica forte com sintetizadores, algumas com baixo elétrico e outras com baixo de sintetizador. Depois gravei as minhas próprias percussões e o EP começou a ficar composto. 
Fui eu quem produziu, gravou e mixou o EP. Já a masterização foi maravilhosamente feita pelo Diego Salema Reis e a capa do disco foi desenhada pelo meu querido amigo Henrique Geirinhas.

É raro cantares nas tuas músicas, mas em “Figure Out” e nas Demo’s Vol. I (Soundcloud) cantas. A vontade de experimentar com a tua voz partiu de necessidade ou interesse?

Eu gosto de cantar. Sinceramente, acho que é uma ferramenta muito interessante para usar na altura certa. A necessidade de cantar, deveu-se ao carrossel emocional pelo qual estava a passar, devido à minha relação na altura. Cantar acabou por servir como um desabafo emocional. 

Sentes que faz falta música feita com emoção?

Sim, acho que sim. Há muita música boa a ser feita por aí. Agora fazer algo novo e bom, isso sim é muito difícil de encontrar. Já não se fazem coisas novas, remastigam-se ideias antigas. 
Eu tenho saudades das emoções que as músicas de rock antigas te fazem sentir.

Qual é que foi a lição mais importante que retiraste da convivência com o teu círculo de amigos?

You do it for the love. Love won’t put bread on the table, but you do it for the love. 
Tu não tens noção dos sapos que os Zanibar tiverem de engolir ao longo da jornada deles. Isto é mesmo pelo amor à música. A indústria da música é muito complicada. Precisas mesmo de estar bem conectado, de ter lata, de ir em frente e não ter medo de falar. Senão não existes. 

És praticamente um multi-instrumentalista. Em algum momento retiraste inspiração da Tash Sultana ou do FKJ para a interpretação do EXPERIENCER! na Collect?

Eu tinha de decidir como é que ia apresentar o meu EP ao vivo e acabei por montar o espetáculo como um multi-instrumentalista, mais por necessidade do que por inspiração neles. 
Os meus concertos anteriores tiveram sempre o Ricky na guitarra, o Braga no baixo e o Pepas no saxofone. E eu decidi afastar-me desse formato porque eles são 3 pessoas independentes que já têm a sua vida e eu só lhes estava a pagar o jantar no final da noite. Eles são grandes amigos e fazem-no pelo amor.
Portanto decidi montar um espetáculo sozinho. Comprei um ampliador de USB’s para o meu computador, consegui ligar a placa e pôr tudo a tocar ao mesmo tempo. Fiz o trabalho de casa, organizei tudo e construi a performance do meu EP ao vivo. 
Expor-me assim num sítio tão ligado à música como a Collect foi um dos maiores statements da minha carreira. Acho que fez sentido porque a minha sonoridade está contextualizada com a deles. A Collect, além da vertente de passar discos também está a apostar numa vertente ao vivo mais acústica e estão a dar voz a artistas emergentes. O que coincidiu com este lançamento meu e com as minhas ambições de querer apresentar este projeto ao vivo. 

Quando é que decides que as tuas músicas estão finalizadas?

Sendo produtor, pergunto-me sempre quando é que a arte está acabada. O que acaba por ser uma incógnita que vai pairar sempre na vida dos artistas.
A nível técnico estou a aperfeiçoar-me para conseguir perceber isso melhor. A nível de produção tento sempre produzir sons que estejam limpos, bons e equilibrados. E a nível de composição acho que é quanto baste. Mais é menos sabes. Estares a adicionar sons com o objetivo de alcançar uma complexidade superior pode levar-te a perder o rumo da cena. É confiares na tua intuição e keep it simple. 

O que é que te fez sentir que estavas pronto para lançar o teu primeiro projeto oficial (Last Season) no Spotify?

Achei que tinha em mãos um projeto mais consistente a nível técnico. O Last Season foi um statement, tanto que eu dei um concerto de estreia, no Cosmus. Foi o primeiro concerto de Saint John Mary, com o Braga, o Ricky e o Pepas. Sinto-me um sortudo por tê-los tido a tocar comigo numa data tão especial. 

Porquê o nome Last Season?

Porque nessa altura eu já estava a progredir e a evoluir para técnicas de produção diferentes, mas, entretanto, já tinha gravado estas músicas, que pertenciam à época passada.

Quem é o Gilberto, que aparece na música “Time gets old”?

O Gilberto é o meu avô. Falecido. Esta música resultou de uma gravação que eu fiz de uma conversa com o meu avô no lar dele. Ele teve um cancro na boca e teve de fazer radioterapia, o que despoletou logo a sua doença mental. 
Quando o meu avô faleceu, eu toquei esta música no seu velório. A partir desse momento, esta música ganhou ainda mais significado para mim. Ainda hoje, o meu avô é uma inspiração para mim. 
Após o meu avô falecer, refleti muito sobre a postura com que ele via a vida. Ele adorava comer, era proativo e tinha um espírito feliz. Se havia problemas, resolvia-se tudo. E estava sempre bem-disposto. Tento mostrar essa proatividade e manter esse espírito dele ao pé de mim. 

Os teus pais apoiam o que estás a fazer?

Incondicionalmente. Eu considero-me um sortudo. Sou muito privilegiado em ter tido todo o apoio e estrutura familiar que tenho. Acredito que faço parte de uma percentagem muito pequena das pessoas que têm esta oportunidade. Eu faço e farei o que for preciso pelos meus pais. Nunca me desiludiram e estiveram sempre lá para mim. Além disso, foram a voz da razão quando eu fiz pedidos malucos e quando estava a sair das linhas eles apertaram comigo também. 

Como é que foi a tua experiência de Erasmus e que relevância é que teve para o teu percurso?

Foi brutal, fartei-me de visitar Berlim, Hamburgo e Holanda. A nível operacional aquelas sociedades são muito mais eficazes e eficientes. As pessoas pensam, idealizam, planeiam e fazem. A mentalidade é outra. Lá chegar cedo é chegar a horas, chegar a horas é chegar tarde e chegar atrasado é inadmissível.
Em termos culturais, Berlim é um epicentro. Aterras lá e perdes todos os teus preconceitos. Vais ver cenas descabidas, mas aprendes a aceitar os outros como são. Em Berlim bebe-se de uma cultura com uma mentalidade muito aberta, completamente multicultural e no fundo ótima para qualquer artista. 

Tu fizeste 2 tours europeias com os Zanibar Aliens, certo?

Acompanhei-os no final da primeira tour deles, o que coincidiu com o final do meu Erasmus e ainda participei numa segunda tour em novembro, durante 32 dias. Tirei 222 fotografias analógicas durante essa tour. 
Foi inexplicável embarcar numa viagem de 32 dias ao longo da Europa numa carrinha com os meus melhores amigos. Uma vez dormimos 6 tipos na carrinha, mais as malas e o backline. Eu dormi a dois palmos do teto, em cima de uma caixa de um teclado e de um amplificador. Foi hardcore. 
E ao mesmo tempo foi brutal ver a felicidade das pessoas a ouvir os concertos. Passámos por tantos sítios diferentes, com gastronomias espetaculares e pessoas fantásticas que nos acolheram. 
A tour serviu mais para promover os Zanibar, do que para obter lucro. Enquanto eles estavam a tocar, eu montava uma banca e ficava lá a vender t-shirts e CDs. Além disso, eu era roadie e fotógrafo. Portanto, sempre que era para arrumar ou montar material eu ajudava, porque levámos amplificadores, guitarras e baterias tudo na carrinha. Novamente, you do it for the love
E não é toda a gente que pode dizer que deu uma volta à Europa com uma banda de rock. Acabas cada concerto e fartas-te de receber cervejas.

Quais é que foram os melhores concertos e como é que montaram a tour?

Houve um concerto em Amesterdão muito louco e também houve um muito bom em Londres. Acho que esses dois foram o pico da tour. 
Nós trabalhámos com uma agência que é a Bullet Seed, que tem uns contactos pela Europa de bares e spots para tocar. Eles trataram de organizar a logística da tour. 
Em vez de irmos diretos para os concertos com o maior cachet e fazermos muitos quilómetros sem parar, marcou-se concertos em bares que estavam no caminho. Portanto, passámos a ter sítios onde dormir e ainda fazíamos um cachet de 150-200 euros por concerto, o que permitia cobrir as refeições e a gasolina. 
E depois quando chegávamos a Londres ou Amesterdão já se fazia algum dinheiro, que se podia pôr de parte. 
Cheguei a dormir em sítios asquerosos. Houve uma vez em França, que foi horrível. Tive de tirar o casaco para fazer de almofada, porque não queria tocar nem com a cabeça nem com o cabelo no colchão. Dormi agarradinho ao Filipe e estava bêbado e mesmo assim não dormi bem, agora imaginem o sítio. 
Mas depois dormimos em hotéis bacanos em Espanha e em casas no meio de França onde havia queijo camembert rústico e pitéus deliciosos. 

O que é que te marcou mais nessas tours?

Todos os dias eram uma incógnita e tinhas mesmo de te apoiar nos teus amigos e equipa. Aquilo era modo sobrevivência, porque quando estás na estrada não tens ninguém a não ser tu e a tua equipa. É muito importante acreditares no que estás a fazer e dares sempre o teu máximo. Lembro-me de o Filipe conseguir arranjar o radiador da nossa carrinha em plena França. Com um tubo e umas anilhas resolveu o problema. E a carrinha ainda anda hoje. 
E houve um episódio no final da tour no qual tivemos todos uma conversa sobre a vida. E isso só deu mais força à afirmação “é a falar que se resolvem as coisas”. Foi importante haver uma comunicação clara entre todos, sermos sincero sobre as nossas expectativas e sobre o que podíamos fazer uns pelos outros. Comunicar, comunicar e comunicar. E acreditar no que estávamos a fazer. 

Há pouco mencionaste que queres seguir um rumo parecido com o dos Air. Em que aspecto é que os queres seguir?

Na sonoridade deles. Eles são uma inspiração relativamente à fusão de certos elementos musicais e adoro as viagens que eles conseguem criar com as músicas deles. É uma sonoridade ao mesmo tempo calma e preenchida que eu admiro muito.

Os teus últimos dois singles saem um pouco fora do que estaríamos à espera do Saint John Mary.

O “Bonjour” foi uma colaboração que fiz com a Salomé que é uma amiga que fiz na ETIC. Acabou por ser a minha primeira colaboração oficial e foi muito bem recebido.
Já o “Boulangerie” foi claramente o Stckman a entrar na minha vida. Conheci-o através de amigos em comum e tivemos oportunidades de estar juntos no estúdio. Até neste próximo EP do Filipe Karlsson, vais notar influências de Stckman. 

Qual é a tua filosofia sobre a forma como vives a vida, e como é que a relacionas com o skate e o surf?

Tu podes pegar no skate, sais de casa e vais andar. Queres, fazes, vais só. O surf já envolve um planeamento muito maior. Tem a ver com o conceito de usufruir, e de aproveitar para relaxar, visto que podes perder uma tarde inteira com o surf. É uma espécie de estilo de vida descontraído, com uma qualidade de vida simples e boa, que tem muito para dar. 

O Saint em Saint John Mary acaba por ter algum significado?

Gosto de pensar que quando toco na vida de alguma pessoa é sempre pelo melhor, para ajudar, para rir ou para dar uma outra perspetiva. 

Para finalizar, o que é que move o Saint John Mary?

É a vontade de proporcionar às pessoas algo que não seja apenas música descartável. Quero que seja algo que prenda a tua atenção e que te acompanhe em momentos mais especiais. Quero tentar reproduzir nas pessoas o que eu senti nas primeiras vezes que ouvi Pink Floyd. 

Desde o dia 19 de Março o Saint John Mary lançou o seu EP EXPERIENCER!, que foi apresentado na Collect, no dia 20 de Março de 2022 e também lançou o seu single “Soustons Plage” no dia 27 de Junho de 2022.

O Saint John Mary também tocou em conjunto com o Tito Romão na abertura da nova loja da Rip Curl na Ericeira. O João Duarte também tocou o EXPERIENCER! ao vivo na exposição “Um espaço de Tempo” da Skate Art no Safra LX. 

Além disso, o Saint John Mary encontra-se a trabalhar num novo álbum com várias colaborações inesperadas e muito fixes. Álbum esse que irá ser lançado no início de 2023.